E tudo o que o vento levou!
Eu sei que vais estranhar o facto de eu te estar a escrever, vais ficar
admirado com cada palavra que irei digitar mas, serão apenas as mais
verdadeiras. Estou aqui, a escrever-te ao som daquela música que tu
sabes e que outrora significou ...muito
para “nós”. Andei escondida este tempo todo, longe de tudo, mas
principalmente de ti, eu sei. Eu tentei, juro que tentei esquecer o
“nós”, tentei esquecer-me de ti e de tudo aquilo que juntos vivemos.
Senti-me impotente por não o conseguir, mas havia sempre algo que não me
deixava desfazer-me de ti. Andava à procura do momento ideal para te
poder dizer, de facto tinha em mente o dia exacto, o dia em que tudo
começou, mas por força da tua surpreendente partida achei por bem que
não haveria qualquer outro momento ideal a não ser este mesmo. Eu sei
que fui eu própria que quis partir, sei que fui eu que destruí o que de
mais bonito havia entre nós, fui eu que deixei o medo e o passado
apoderar-se de mim, eu sei que errei, mas não posso voltar atrás.
Aprendi com a tua ausência, com a saudade que todos os dias sinto do teu
perfume, do sabor dos teus beijos, do calor do teu corpo e de tudo
aquilo que me proporcionas-te, aprendi a viver longe de ti apesar do que
me liga a ti, aprendi a ver-te feliz mesmo que fosse à distância. Não
me perguntes o porquê de ter ficado calada este tempo todo, porque nem
eu própria sei. Talvez por medo da rejeição, pela vergonha de não saber o
que queria, de ter partido e logo depois querer voltar, tanta coisa.
Provavelmente já esqueces-te muito do que vivemos, não te questiono nem
repreendo por isso, não tenho esse direito até porque se não fosse a
minha estupidez poderíamos ainda estar juntos neste momento. Agora que
soube que ias não pode ficar indiferente, não podia adiar mais nem
continuar a lutar contra algo que parece maior do que tudo. Não era
ninguém para te fazer esperar, mas nunca pensei que seria tão difícil
esquecer-te, tirar-te de mim, tirar o teu cheiro da minha roupa, o teu
respirar do meu ouvido, o bater do teu peito da minha mão, se é que me
compreendes. Aceito que até possas ter outra pessoa agora, aceito e fico
feliz se o tiveres. Desculpa por ter sido fraca ao ponto de nunca te
ter contado nada, de nunca te ter dito mais nada desde que decidi
partir, desculpa por te ter feito sofrer, por ter desperdiçado o belo
amor que nos unia e tudo aquilo que fazia de mim e de ti um “nós”. Acho
que chegou a hora da despedia, não tarda muito e já estarás a centenas
de quilómetros de distância de mim. Acho que ficaria bem um
agradecimento por um dia me teres feito a pessoa mais feliz do mundo,
por teres partilhado tudo o que partilhas-te, por me teres ensinado a
amar, a ser feliz e a dar valor às mais pequenas coisas da vida. Um
obrigado maior do que o mundo. Estou orgulhosa de ti, por teres
conseguido o que conseguiste e por nunca teres desistido do que
realmente é importante para ti. Vai, boa sorte com a tua vida, sei que
estarás de volta daqui a nada, aproveita e se feliz porque oportunidades
destas só surgem uma vez nada vida.
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